Charles Eisenstein comenta no seu livro “O mundo mais bonito que nossos corações sabem ser possível” que, em conversa com uma ativista pioneira da contracultura, afirmou sobre a nova geração de idealistas que “o motivo pelo qual eles terão mais sucesso nas coisas que sua geração não conseguiu é simplesmente esse: você”. Ele aludia ao fato de que os pioneiros não tiveram pessoas mais velhas que os precedessem nesse movimento para que pudessem aprender com seus erros. 

Mas ele também observa que “em todos os lugares onde vou, vejo a mesma coisa: jovens que aparentemente já nasceram entendendo coisas que a minha geração levou décadas de duro esforço para alcançar”.

Eu mesma pude presenciar esse fenômeno em diversos momentos na minha vida. Como coach, encontrei muitos jovens profissionais que me surpreenderam pois quando eu tinha a idade deles não chegava aos seus pés em conhecimento, responsabilidade e visão. 

É fato que hoje existe muito mais conhecimento acessível. Na minha casa tínhamos muitas enciclopédias (pessoal da Barsa, dá um alô aí) e em alguns volumes tínhamos acesso a um vasto conhecimento. Uns 20 livros. Quando meu pai, já bem idoso, queria que meus filhos usassem as enciclopédias, como explicar a ele a quantidade de conhecimento que agora temos ao nosso dispor em alguns cliques?

Mas será que as gerações são mais inteligentes (em todas as múltiplas inteligências – obrigada Howard Gardner) só porque o conhecimento está disponível? Me parece que não. A resposta se encontra na ideia de que, além das características biológicas, recebemos muito mais coisas de herança dos nossos pais. Essa ideia tem sido muito trabalhada na psicologia, e atualmente um ramo da ciência denominado epigenética tem estudado a fundo e rigorosamente a transmissão transgeracional de emoções e traumas.

A epigenética busca mostrar que essa transmissão acontece e porque acontece. Mas nós também podemos experienciar o evento simplesmente, empiricamente, e essa é uma das principais bases onde se apoia todo o trabalho de Constelações Familiares.

Quando vejo a jovem Greta Thunberg (na foto com Jane Goodall, hoje com 85 anos, ativista na proteção dos animais) liderando de forma tão incrível um movimento de transformação global, aos 16 anos, portadora de síndrome de Asperger, só posso estar convicta de que essa “inteligência” toda que está por trás do seu movimento particular não vem apenas do conhecimento da história e dos erros do passado. Ela já nasceu dentro dessa história, ela é essa história, a história faz parte dela. E isso é tão incrível e maravilhoso!   

E duro também, porque nem só de coisas boas a nossa evolução foi feita. A boa notícia é que curando a nossa história pessoal, nossos filhos não precisarão herdar a parte ruim, e as Constelações Familiares são um caminho efetivo nesse sentido.

Deixo aqui alguns links para quem quiser conhecer mais sobre a questão da epigenética e transmissão transgeracional.


Experimento indica hereditariedade de lembranças

Can Trauma Be Passed on through Our DNA?

Sabia que as emoções passam de geração em geração?

Vídeo: Memories can pass between generations through DNA


Já marcou sua conversa sistêmica?

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1 Comment

  1. Nem seriam necessários tantos estudos, basta observar um casal de passarinhos montando um ninho quase perfeito. Quem ensinou?
    E parabéns pelo blog.


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