Jogo Candy Crush desde 2013. É o único jogo eletrônico que eu tenho e meus filhos riem muito disso. Sou fiel, dedicada e (acho) não obsessiva. Estou lá pelo nível 2.400…

Tenho um princípio para jogar esse jogo: eu não compro absolutamente nada. Nem vidas, nem jogadas, nem boosters (são doces especiais e com poderes específicos). É possível ir ganhando esses especiais gratuitamente de várias maneiras, mas todas elas são, de alguma forma, prêmios por perseverança.

Isso significa que já joguei alguns níveis quase 200 vezes até vencê-lo. Eu sei que se eu insistir e jogar com atenção, em alguma tentativa, por mais difícil que seja o nível, eu conseguirei.

Para que isso aconteça, uma série de circunstâncias específicas tem que acontecer naquela tentativa. Como o jogo é aleatório em diversos aspectos, uma hora essas circunstâncias aparecem.

E como podemos traçar um paralelo com a nossa vida? Temos controle sobre uma série de coisas, desde a nossa intenção até alguns recursos. Mas não temos domínio sobre outras pessoas e todas as circunstâncias necessárias.

Um exemplo bem atual: eu tinha uma viagem com meu filho marcada para abril deste ano. A viagem incluía um retiro espiritual de 5 dias para mim. Tudo comprado: passagens de avião, trem, retiro, hotéis reservados. E veio a pandemia. E tudo foi cancelado. Eu ainda adiei a viagem para setembro. Provavelmente as circunstâncias também não permitirão. E se permitirem, não sei se quero mais ir.

E no nosso dia a dia? Será que é verdade que o único responsável pelo meu sucesso sou eu mesmo? Não será essa mais uma armadilha para nos desgastar física e emocionalmente?

Pablo Picasso dizia: “Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando.”

É muito comum, quando conquistamos algo, dizermos “eu fiz”. E quando não conseguimos, dizermos que algo atrapalhou. Não percebemos, porém, que quando as coisas dão certo é porque esse “algo” colaborou para o sucesso.

O que aprendemos sobre isso tudo? Primeiro, que é preciso perseverar. Depois, que o resultado alcançado não depende apenas de nós. Quando o que trabalhamos para alcançar não acontece, entendemos que não estamos no controle de tudo. Fazemos os ajustes necessários e seguimos em frente. 

Recommended Posts

No comment yet, add your voice below!


Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *